terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Já era hora




Foi uma noite de tietismo, era uma final de campeonato e meu time era injustiçado a 27 anos.Era hora de levantar a taça. Torci como nunca, mas não era o São Paulo jogando.
O time no caso era o diretor Martin Scorsese e seu filme Os Infiltrados (traduçãozinha filha da mãe, para The Departed), o campeonato, que há algum tempo já não serve de parâmetro do que é bom ou não no cinema americano e mundial, era o Oscar, a estatueta careca fazia falta na prateleira de Scorsese.
Era a sétima indicação na categoria melhor diretor ( "Touro Indomável" (1980), "A Última Tentação de Cristo" (1988), "Os Bons Companheiros" (1990), "Gangues de Nova York" (2002), "O Aviador" (2004) e "Os Infiltrados" (2006) ), antes tarde do que nunca, mais do que merecidamente, ele recebeu.
E não compartilho da opinião do "entendido" de cinema José Wilker, de que esse não era nem de longe o melhor filme do diretor.
Os infiltrados é sensacional, e mostra que mesmo sendo uma adaptação do longa coreano, " Infernal Affairs", ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado. As interpretações estão fantásticas, Jack Nicholson emprestou uma ponta da loucura de Jack Torrance ( O Iluminado), para interpretar o chefão do crime;Leonardo Dicaprio fugiu da mediocridade (de quem ele corre desde que interpretou excelentemente, Howard Hughes, em O Aviador) com um papel tão tenso, que faz com que o espectador sinta na pele o que ele passa. Enquanto isso Mark Wahlberg, fez o melhor papel de sua carreira, as falas do seu personagem, Dignam, é um misto de sarcasmo e mais algumas coisas que só se vê em filme de Martin Scorsese.
Mas voltando a falar do homem oscarizado da noite, que poderia muito bem ter recebido por Touro Indomável ou Os Bons Companheiros, mas teve de esperar quase, 3 angustiantes décadas, pra levar o Oscar pra casa. Era mais do que certo que a o prêmio seria dele, ainda mais, quando subiram ao palco George Lucas, Steven Spilberg e Francis Ford Coppola, (o trio, mais scorsese, surgiram praticamente juntos em meados dos anos 70, para o bem e o mal do cinema americano)
Quando seu nome foi anunciado como vencedor, toda platéia do Kodak Theater ficou de pé por um bom tempo, aplaudindo aquele que um dia dirigiu o clip Bad, de Michale Jackson (não que isso seja demérito), e hoje é um dos maiores cineastas vivos.
Mas a saga do clone italo-americano de Woody Allen, não parou por aí, Os Infiltrados recebeu o prêmio de melhor filme, fechando com chave de oura a noite de Martin, Leo, Mark, Jack e a minha também.

2 comentários:

Diógenes disse...

O Leonardo DiCaprio não é medíocre, porra.

Só por causa de Titanic que falam isso, mas ele já fez uns filmes fodidos.

:)

Unknown disse...

concordo com o Didi...
Nácim, que tal um post sobre o corinthians?