domingo, 16 de setembro de 2007

O que importa é como você caminha através do fogo

Eu quero viajar.
Seja pela estrada, seja pelas palavras.
Só não quero mais essa rotina, essa forma quadrada de se viver e escrever.
É uma fórmula que nos obrigam a seguir a risca.Prefiro conviver com pessoas sarcásticas, que não sejam convencionais e muito menos um estereotipo da minha geração.
O jornalismo informativo já não me atrai. Maçante e repetitivo. Quando a noticia muda a fórmula é a mesma.
Eu não quero viver assim e muito menos escrever.
Rock, cinema e cerveja. Rodeado de amigos. Utopia.
Não quero que minha vida seja como um lide. Sempre cheia de “porquês”.
Pé na estrada sem rumo, sem destino.
Amar mais, pois é impossível dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse?
Quando velho, que minha vida seja apenas ereções, ejaculações e exibicionismos.
É apenas sonho, mas às vezes é melhor sonhar do que ficar acordado.
Pode parecer meio clichê, mas olhe para o lado, e veja o quão clichê é sua vida nesse exato momento.
Porque no fim o importante é como você caminha através do fogo.

*cuidado pra não queimar, caso contrário, você pode e deve gritar.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Utilizarei esse espaço, para fazer o que geralmente eu faço por dinheiro, mas desde sempre fiz de graça:
Indicar filmes. Todos foram vistos nos últimos 6 meses.
Aproveite, é por tempo limitado.

obrigado por fumar.
mais estranho que a ficção.
tudo acontece em elizabethtown.
candy.
amnésia.
shine.
lavoura arcaica.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

interpretação não, reencarnação.


Isso é fato.
No final das mais de duas horas de filme, é certo que Val Kilmer encontrou o índio que possuia o corpo de Jim Morrison durantes os shows do Doors e assim também pode encarnar o maior poeta cantor do século passado.
Só assim para explicar o quão impressionante é a "interpretação" dele.
O filme da enfoque principalmente ao lado chapado e psicótico de Morrison, e deixa passar a oportunidade de mostrar sua genialidade poética, o que na época do lançamento do filme, chateou os remanecentes da banda (leia-se: Ray Manzarek, John Densmore e Robby Krieger).
A obra de Oliver Stone mostra como a banda se conheceu na metade dos anos 60, no auge do calor californiano. É claro que o personagem principal é o REI LAGARTO ( como Jim Morrison se auto-intitulava), e seus casos, entre eles Nico (que se apresentava juntamente com a banda Velvet Underground), uma jornalista ligada a bruxaria que o fez beber sangue certa vez, e seu amor eterno, Pamela.
Alguns fatos históricos da banda são retratados, como as duas vezes em que Jim foi preso (uma por desafiar um policial em cima do palco e outra por mostrar o "membro"), o encontro com o artista plástico ( e também produtor do Velvet) Andy Warhol, que presenteia Morrison com um telefone dourado, que segundo ele, tinha ligação direta com Deus.
O filme viaja entre o ápice e o fundo do poço, mostrando o vocalista se afundando em drogas e bebidas.
Talvez o modo como a história foi contada não seja assim tão impressionante, porém, o que Val Kilmer fez, é assustador (reza a lenda que durante as filmagens o ator não atendia quando o chamavam pelo seu nome, apenas quando diziam Jim) além de ter cantado as músicas do filme, o ator encarna o frontman do Doors de uma forma que em certo ponto do filme, faz esquecer que aquilo é um filme, e mais parecem imagens dos bastidores da vida do cantor.
De certa forma, Kilmer levou a sério a frase que cunhou o nome da banda:" se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria ao homem como realmente é, infinito".

* demorei tanto tempo pra ver o filme que a tietagem foi inevitável.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Um americano quase europeu.


Gus Van Sant.
Um nome muito europeu, para alguém nascido no Kentucky.
Porém, assistindo a algum de seus filmes, não é de se estranhar.
Seus longas passam longe do que é o cinema americano atualmente.
É claro que no meio do caminho há dramas convencionais (Gênio Indomável e Encontrando Forrester), mas contados numa perspectiva interessante, porém fora de seu estilo habitual.
E não esquecendo também de Psicose 98, refilmagem do clássico de Hitchcock, e que lhe rendeu o Framboesa de ouro, de pior diretor. Vince Vaughn não convence no papel de Norman Bates ( que foi de Anthony Perkins no primeiro Psicose e suas continuações). Considerado um dos mais dispensaveis remakes da história do cinema, esse aparenta ser o único erro em sua carreira.
Dirigiu também alguns clipes musicais, como Fame do David Bowie, Under The Bridge do Red Hot e o mais notavél, porém desconhecido Ballad Of Skelletons, com o poeta Allen Ginsberg declamando "skelletons" enquanto Paul MacCartney faz uma participação especial, tocando violão.
Mala Noche, seu primeiro filme, baseado no livro autobriográfico de Walt Curtis, já mostra em seu trailer o estilo que o diretor levaria em diante em alguns de seus filmes. Câmera e enquadramentos distantes e fixos.
Em 89, filmou de forma independente, Drugstore Cowboy que foi aclamado pela crítica e levantou a carreira do ator Matt Dillon. O filme conta também com uma ponta do "escritor; viciado, homosexual, precursor do estilo cut-up" William Burroughs, ícone da geração beat, juntamente com Ginsberg.
Em seguida, My Own Private Idaho (Garotos de Programa) com Keanu Reeves e o falecido Reever Phonix, contando a história de dois "prostitutos" junkies, e busca da desconhecida mãe do personagem de Reever em meio ao seus surtos de narcolepsia. Paisagens bonitas e boas atuações, e com a interessante escolha do diretor, que fez com que os atores parecessem fotos vivas, nas cenas de sexo.
Aventurou-se na comédia Even Cowgirls Get The Blues, onde Uma Thurman ainda novinha, pede carona pelos EUA.
To Die For veio em seguida, e é muito mais Van Sant do que o anterior, essa comédia de humor negro, contava com Nicole Kidman no papel principal de uma interesseira moça do tempo, novamente Matt Dillon no papel de marido, e Joaquin Phoenix como amante da jornalista.
Em 97 o filme Good Will Hunting (Gênio Indomável), rendeu a primeira indicação do diretor ao Oscar. O filme acabou levando a estatueta de melhor roteiro original (escrito pelos amigos Ben Affleck e Matt Damon, que também atuam no filme) e de melhor ator coadjuvante para Robin Willians. A história do garoto inteligente fora de série porém de gênio difícil, é o mais conhecido filme de Van Sant.
Ainda passeando por dramas, Finding Forrester (Encontrando Forrester) lembra bastante Gênio Indomavél, e conta com a última boa atuação de Sean Connery antes de sua aposentadoria.
Voltando a dirigir Casey Affleck (irmão de Ben) e Matt Damon, Gerry é o filme visualmente mais impressionante do diretor. As locações dos desertos Argentinos e Utah são impressionantes.
Em 2003 , Van Sant criou sua obra prima. Elefante transpõe de forma fanstástica e não menos trágica, o massacre dos alunos em Columbine. Sem apelações e com sutileza necessária, ao contar a história em que para ele, todos são vítimas.
Seu último filme lançado foi Last Days (Últimos Dias), inspirado na históra do líder do Nirvana, Kurt Cobain, mostra que o diretor não tem medo de inovar e mesmo assim não perde a classe habitual. Michael Pitt (que já havia feito um papel secundário em Encontrando Forrester), encarna perfeitamente os últimos momentos de um dos maiores roqueiros dos anos 90.
Com uma filmografia ainda não muito extensa, e perto de completar 50 anos, Gus Van Sant tem muito ainda a oferecer a sétima arte.
E QUE VENHA PARANOID PARK!


* infelizmente não assisti a todos os filmes aqui citados, tive a oportunidade apenas de ver To die for ( do qual não lembro o título em português), Gênio Indomável, Garotos de Programa, Psicose, Encontrando Forrester, Elefante e Últimos Dias. Todos os outros foram pesquisados em trailers em sites na internet.
* fica aqui também o link para um de seus clips. Ballad of Skelletons:
http://br.youtube.com/watch?v=4wdsHmVSlW8

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Zzzzzzz.....

A verdadeira dificuldade para esse jovem rapaz que escreve de nunca em nunca nesse blog, jogado as moscas, é postar algo de relevância. Dizem que meus textos são muito pessoais (puta que pariu, o blog é meu. Não sou pago por nenhum jornal, portanto, escrevo sobre o que eu bem entender, ou não), que pontuo muito mal, que meu fluxo de idéias deve ser o mesmo de um velho de 60 anos que acende um beck desde o berçário. Foda-se o estilo, o modo de se escrever corretamente, contanto que você aí do outro lado esteja entendendo a mensagem, nenhum acento a menos, uma vírgula a mais, irá fazer diferença.E como preguiça é a síntese da minha vida, vou deitar, sem postar nada novamente, e observar as moscas sobrevoarem esse blog abandonado.

* não vai com a minha cara? não gosta do meu texto? quer um encontro comigo? comente! ou volte a assistir seu video pornô.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Nevermind The Bullocks, Here's The Sex Pistols


John Rotten, vocalista do Sex Pistols já pregava um mundo sem futuro.
E ele tinha razão. Tudo bem que a sua geração acabou muito antes, mas suas idéias parecem tão atuais, quanto na Inglaterra do final dos anos 70.
Realmente não há futuro numa geração que tem o seu auge em baladas que se prega a salvação do mundo, mas que não levantam suas bundas ( a não ser para acender um baseado e dançar, não propriamente nessa ordem). Nada contra o divertimento alheio, faça o que bem entender, beije quantos carinhas você quiser, coma quantas gatinhas você conseguir, a vida é sua, mas o mundo ainda é nosso,e sua alienação prejudica o resto.
Pode parecer hipocrisia da minha parte ( e de certa forma até é), pois não sou o revoltado anarquista, nem o punk desleixado que quer mudar o mundo ou que ele se foda, porém quero que ainda exista o mundo como conhecemos quando minha irmã crescer. E não vejo futuro nenhum na nossa "geração da pegação".
O que tem o movimento punk, eu, você e a gatinha com ecstasy na bolsa, com o futuro do mundo?
É hora de rever nosso comportamento.
De sairmos da frente da TV , e ler algo, se informar e perceber que quando você aparece na coluna social do jornal, você não é especial, e sim mais um idiota no meio de tantos.
Esse texto pode não fazer nenhum sentido agora enquanto você passa gel no cabelo e coloca seu colar de semente, mas quando ele fizer sentido será tarde, pois já dizia o refrão do hino punk God Save The Queen :
" no future for you, no future for me".
Agora queimou, e você já pode gritar.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Já era hora




Foi uma noite de tietismo, era uma final de campeonato e meu time era injustiçado a 27 anos.Era hora de levantar a taça. Torci como nunca, mas não era o São Paulo jogando.
O time no caso era o diretor Martin Scorsese e seu filme Os Infiltrados (traduçãozinha filha da mãe, para The Departed), o campeonato, que há algum tempo já não serve de parâmetro do que é bom ou não no cinema americano e mundial, era o Oscar, a estatueta careca fazia falta na prateleira de Scorsese.
Era a sétima indicação na categoria melhor diretor ( "Touro Indomável" (1980), "A Última Tentação de Cristo" (1988), "Os Bons Companheiros" (1990), "Gangues de Nova York" (2002), "O Aviador" (2004) e "Os Infiltrados" (2006) ), antes tarde do que nunca, mais do que merecidamente, ele recebeu.
E não compartilho da opinião do "entendido" de cinema José Wilker, de que esse não era nem de longe o melhor filme do diretor.
Os infiltrados é sensacional, e mostra que mesmo sendo uma adaptação do longa coreano, " Infernal Affairs", ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado. As interpretações estão fantásticas, Jack Nicholson emprestou uma ponta da loucura de Jack Torrance ( O Iluminado), para interpretar o chefão do crime;Leonardo Dicaprio fugiu da mediocridade (de quem ele corre desde que interpretou excelentemente, Howard Hughes, em O Aviador) com um papel tão tenso, que faz com que o espectador sinta na pele o que ele passa. Enquanto isso Mark Wahlberg, fez o melhor papel de sua carreira, as falas do seu personagem, Dignam, é um misto de sarcasmo e mais algumas coisas que só se vê em filme de Martin Scorsese.
Mas voltando a falar do homem oscarizado da noite, que poderia muito bem ter recebido por Touro Indomável ou Os Bons Companheiros, mas teve de esperar quase, 3 angustiantes décadas, pra levar o Oscar pra casa. Era mais do que certo que a o prêmio seria dele, ainda mais, quando subiram ao palco George Lucas, Steven Spilberg e Francis Ford Coppola, (o trio, mais scorsese, surgiram praticamente juntos em meados dos anos 70, para o bem e o mal do cinema americano)
Quando seu nome foi anunciado como vencedor, toda platéia do Kodak Theater ficou de pé por um bom tempo, aplaudindo aquele que um dia dirigiu o clip Bad, de Michale Jackson (não que isso seja demérito), e hoje é um dos maiores cineastas vivos.
Mas a saga do clone italo-americano de Woody Allen, não parou por aí, Os Infiltrados recebeu o prêmio de melhor filme, fechando com chave de oura a noite de Martin, Leo, Mark, Jack e a minha também.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

O uivo se calou


“Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa...” uivou o poeta americano Allen Ginsberg, em seu poema mais famoso, Howl (o uivo). Essa foi a tônica de uma geração, na qual ele viveu intensamente . Nascido no dia 3 de julho de 1926, em Newark , Nova Jérsei, a loucura sempre esteve presente em sua vida desde muito novo. Sua mãe, Naomi Levy Ginsberg, comunista, nudista e insana, acreditava haver uma conspiração do mundo contra ela, tentou suicídio e por diversas vezes foi internada no hospital psiquiátrico de Greystone. Nos períodos em que Naomi se ausentava, Allen e seu irmão Eugene, ficavam aos cuidados do pai Louis Ginsberg, que começou muito cedo a recitar Charles Dickison e Edgar Alan Poe a seus filhos. Durante a grande depressão americana, sua família mudou-se para Paterson, onde Ginsberg terminou o segundo grau, e decidiu estudar direito. Ganhou uma bolsa da Young Men´s Hebrew Association of Paterson to Columbia University, onde acabou se decidindo pelo estudo da língua inglesa. Momento importante da geração beat, na qual conheceu Jack Keroauc, William Burroughs e Neal Cassady com quem teve seu primeiro relacionamento homossexual. Por estar envolvido com Lucien Carr que havia cometido um assassinato, Ginsberg foi suspenso da faculdade por um ano, e teve de trabalhar como lavador de pratos, soldador e porteiro, antes de se formar em 1948. Um ano depois, foi preso por usar um carro roubado, emprestado por seu amigo escritor, Herbert Huncke. Alegou insanidade, e foi internado por oito meses numa clinica psiquiátrica, onde conheceu Carl Solomon, a que mais tarde dedicou seu poema “O uivo”. Ao voltar a Paterson, conhece o escritor William Carlos Williams e o jovem poeta Gregory Corso. Militou pela liberação das drogas e junto com Ken Kensey foi a figura principal do movimento psicodélico. Antes de se entregar por completo a poesia, Allen trabalhou na revista Newsweek de 1951 a 1953. Em 1956 “ O Uivo” é publicado, torna-se um sucesso editorial vendendo milhões de cópias. No mesmo ano, sua mãe, Naomi, morre de hemorragia cerebral, e no dia de seu enterro, Allen escreve o poema Kaddish em uma hora e meia. Após a morte dela, viajou para o Pólo Norte em companhia de Peter Orlosvsky, sua eterna paixão. Ginsberg foi finalista do prêmio Pulitzer, com Cosmopolitan Greetings: Poems 1986-1992. A obra marcada pelo modernismo, ritmos e cadências de jazz, fé budista e ascendência judaica, foi a ponte entre os Beats dos anos 50 e Hippies dos anos 60. Criador da expressão Flower Power, foi pioneiro na luta pelos direitos dos homossexuais nos Estados Unidos, sempre defendendo a livre expressão. Participou do evento Human Be-In, em São Francisco (1967), onde foi um dos que conduziu a multidão cantando o mantra OM, pela paz no mundo. Fez palestras em universidades contra a guerra do Vietnã, marchou contra a C.I.A., contra o xá do Irã e foi preso nos episódios da convenção democrática em Chicago. Foi deportado de Cuba depois de denunciar o tratamento dado aos homossexuais. A conversão ao Budismo e a devoção ao guru Chögyam Trungpa mudaram sua vida, sua poesia e seu modo de ver o mundo. Após a morte de Jack Kerouac ajudou a fundar a Kerouac School of Disembodied Poetics no Naropa Institute, a primeira universidade budista da América. O corpo docente era formado por todos os seus amigos beats ainda vivos, Corso, Burroughs, eram alguns desses sobreviventes. Recebeu prêmios, títulos “Honoris Causa” e criou uma empresa, "Allen Ginsberg Industries", com sede em Nova York, que proporcionava uma espécie de “bolsa de trabalho” para poetas com dificuldades econômicas. Irwin Allen Ginsberg escreveu intensamente até morrer de câncer no fígado, no dia 5 de abril de 1997.

e agora?


Primeiro post.
Começo fazendo a desnecessária apresentação de quem sou eu.
Nacim Elias Romanelli, 18 anos e alguns muitos meses, cursando o segundo ano de jornalismo na puc-campinas e trabalhando na locadora 100% video de Americana.
É só.